Mulheres quilombolas de Cantanhede levam a força do babaçu ao CEPRAMA após participação na COP30

Projeto Quilombás mantém exposição permanente no principal espaço de valorização do artesanato maranhense

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19/11/2025

O artesanato maranhense tem ultrapassado fronteiras e mostrado sua potência dentro e fora do Brasil. Esse é o caso do Projeto Quilombás, criado por mulheres quilombolas do município de Cantanhêde (MA). A marca foi selecionada para apresentar seus produtos à base de babaçu na COP 30, em Belém (PA). Após a passagem pela COP30, as criações da marca seguem em exposição do Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama), em São Luís.

Os produtos da Quilombás chegaram ao Ceprama por meio do Espaço Municipalista, iniciativa do projeto Vila Arte – MaranhenCidades, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo (Setur-MA).

Entre os destaques que representam a marca Quilombás está o trabalho das mulheres quilombolas das comunidades Viúva e Cachimbo (MA), ambas em Cantanhede (MA). Com sabedoria ancestral e respeito à floresta, elas transformam o babaçu em biojoias, sabões, sabonetes e peças artesanais que traduzem identidade, cultura e sustentabilidade.

O Espaço Municipalista reforça o compromisso do Governo do Estado em valorizar e dar visibilidade aos artesãos maranhenses, abrindo portas para que artistas populares de todos os municípios possam apresentar, comercializar e manter viva a riqueza cultural do Maranhão.

“O Governo do Maranhão, por meio da Setur-MA, tem apoiado o artesanato como instrumento de fortalecimento cultural, geração de renda e preservação das nossas tradições. O Ceprama é a casa do artesão maranhense, sempre aberta ao talento e à criatividade do nosso povo”, destaca a secretária de Estado do Turismo, Socorro Araújo.

Para Rosimeire Mendes Araújo, artesã da comunidade Viúva (MA), a chegada ao Ceprama é uma vitória coletiva: “A gente sempre trabalhou com muito amor. Ver nosso artesanato no Ceprama dá orgulho e mostra que o que fazemos tem valor. Representa a força do nosso povo”.

Quilombás na COP30

Marcado pela resistência de suas comunidades quilombolas, o município de Cantanhede mantém viva a tradição do babaçu como sustento e identidade. Essa força ganhou ainda mais visibilidade quando a marca Quilombás - formada por cerca de 80 mulheres - representou o Maranhão na COP30.

“Essa conquista é fruto de uma rede de parcerias. Em um ano e meio de projeto avançamos porque contamos com três pilares: a Prefeitura de Cantanhede, por meio da Secretaria de Igualdade Racial, o Ceprama, que formaliza nosso trabalho, e o SEBRAE, que nos levou à Loja Colaborativa da Green Zone na COP30. São esses apoios que permitem ao nosso coletivo levar a força do babaçu para o mundo”, reforça a liderança quilombola e secretária municipal de Igualdade Racial de Cantanhede, Rosangela Ludovico..  

A fotógrafa Ana Angelotti, que em outubro expôs no Ceprama uma série de imagens dedicadas ao cotidiano das comunidades tradicionais, esteve nas comunidades Viúva e Cachimbo registrando o dia a dia das artesãs e o processo de criação das peças.

Em Viúva, a fotógrafa acompanhou a confecção de cestos e biojoias. Já em Cachimbo, Angelotti observou a transformação do babaçu em sabões e sabonetes naturais.

“Essas mulheres reinventam o babaçu. Há um conhecimento que atravessa gerações e se transforma em arte”, destaca Ana.

Os produtos das comunidades quilombolas de Cantanhede estão em exposição no Ceprama, ao lado de criações de artesãos de vários municípios maranhenses, reafirmando o espaço como uma vitrine da cultura, da criatividade e da diversidade do estado.

A exposição das peças da Quilombás no Ceprama é um convite para que turistas e a população local possam conhecer de perto esse fazer artesanal e levar para casa um pedaço do Maranhão feito à mão.

O Ceprama está localizado na Rua São Pantaleão, nº 1322, Bairro Madre Deus, São Luís – MA, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados das 9h às 13h.

 

Texto: Geíza Batistta

Fotos: Ana Carolina Angelotti e Geíza Batistta